Por que fazer uma análise de riscos?
- Gilberto Ponsoni Filho
- 8 de nov. de 2021
- 3 min de leitura

Em todos os segmentos, enfrentamos a necessidade de tomar decisões quando o resultado é incerto. Compreender a incerteza pode nos ajudar a tomar uma decisão muito melhor. Imagine que você seja o responsável pela área de suprimento de uma empresa e esteja considerando qual dos dois equipamentos deve comprar. Os dois equipamentos têm o mesmo nível de eficácia relatado (67%), mas um estudo adicional revela que há uma diferença na confiança associada a essas duas medidas de desempenho: uma é duas vezes mais incerta que a outra.
Tudo o mais sendo igual, o responsável pelo suprimento compraria o equipamento com a menor incerteza sobre seu desempenho. Substitua o equipamento pelo investimento e eficácia pelo lucro e teremos um problema nos negócios, para o qual a resposta é a mesma: “escolha o investimento com a menor incerteza”. O problema é determinar essa incerteza.
Podemos pensar em duas formas de incerteza que temos de lidar com a análise de risco. O primeiro é uma sensação geral de que a quantidade que estamos tentando estimar tem alguma incerteza associada a ela. Isso geralmente é descrito por uma função de distribuição. Então temos eventos de risco, que são eventos aleatórios que podem ou não ocorrer e para os quais há algum impacto de interesse para nós. Podemos distinguir entre dois tipos de evento:
Um risco é um evento aleatório que pode ocorrer e, se ocorrer, teria um impacto negativo nos objetivos da organização. Assim, um risco é composto por três elementos: o cenário; sua probabilidade de ocorrência; e o tamanho de seu impacto, se ocorrer (um valor fixo ou uma distribuição)
Uma oportunidade também é um evento aleatório que pode ocorrer, mas terá um impacto positivo nos objetivos da organização. Assim, uma oportunidade é composta pelos mesmos três elementos.
Um risco e uma oportunidade podem ser considerados os lados opostos da mesma moeda.
Os projetos estão repletos de incertezas, isto é, atividades futuras, cuja duração e custos não são completamente conhecidos, assim como o impacto gerado por estas incertezas. Os gerentes de projetos devem estar aptos a lidarem com estas incertezas , em todas as suas dimensões.
Quando em face das incertezas, encontramos dois tipos de posturas adotadas pelas equipes de projeto:
Postura Reativa
Postura Pró-Ativa
Na postura reativa, os fatores de risco vão sendo tratados na medida que vão acontecendo. Este é o estilo “apagando incêndios” de gerenciamento. Este estilo gera estresse na equipe de projeto, além de um grande consumo de energias.
Na postura pró-ativa, o planejamento e o acompanhamento são as ferramentas utilizadas no enfrentamento das incertezas do projeto. Este processo é o que chamamos de Gerência de Riscos, que envolve as seguintes atividades:
realizadas durante a fase de planejamento do projeto (Análise de Risco)
realizadas durante a fase de execução do projeto (Controle de Risco)
A Análise de Risco visa identificar os fatores de risco, avaliar os possíveis impactos e definir as ações de mitigação visando reduzir ou eliminar as consequências dos mesmos no resultado final do projeto.
A implantação de medidas de mitigatórias (Controle de Risco) necessárias ao tratamento dos fatores de risco acontece na fase de execução do projeto.
Assim sendo, fazer uma Análise de Risco é lidar, de forma previsível, com os cenários futuros, de modo a manter o impacto dos fatores de risco dentro de uma faixa de níveis aceitáveis.
Referência:
David Vose (2008) - Risk Analysis A Quantitative Guide
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