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Redes de Precedência - Um breve histórico

  • Foto do escritor: Gilberto Ponsoni Filho
    Gilberto Ponsoni Filho
  • 5 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

O início de grandes programas de desenvolvimento na década de 1950, junto com o desenvolvimento simultâneo do computador digital e da teoria geral dos sistemas, preparou o terreno para o desenvolvimento da metodologia de gerenciamento de projetos baseada em rede. Na verdade, foi uma redescoberta de procedimentos que podem ser rastreados até um cientista polonês chamado Karol Adamiecki, na década de 30 do século XX. Ele desenvolveu e publicou uma metodologia que chamou de Harmonygraph. Tratava-se de um gráfico do tipo gráfico de barras girado em 90 graus com uma escala de tempo vertical e uma coluna para cada atividade no projeto. As colunas de atividades eram ordenadas de forma que os predecessores de qualquer atividade sempre sejam encontrados à sua esquerda. Cada coluna de atividade contém uma guia móvel cujo comprimento é proporcional à duração estimada da atividade, e cuja localização ao longo da escala de tempo denota a hora de início e término programada para cada atividade.

O Harmonygraph é equivalente a um diagrama de setas do plano do projeto e, portanto, pode aliviar todas as deficiências do gráfico de barras. Porém, essa solução foi ignorada e teve que ser reinventada alguns anos depois, isto porque o autor, fez muito pouco para vender seus méritos com aplicações impressionantes, mas, a razão mais importante foi, sem dúvida, o momento do desenvolvimento, em 1930 o Harmonygraph estava um quarto de século à frente daquela época.

Passados 25 anos, ocorreu uma explosão de interesse no problema de agendamento de grandes projetos. Sistemas foram desenvolvidos EUA e na Grã-Bretanha, embora fossem estudos independentes e simultâneos, todos eles basearam suas respectivas metodologias na representação em rede do plano do projeto. Todos eles essencialmente redescobriram o Harmonygraph, mas, adicionando ao procedimento gráfico uma abordagem tabular e aritmética ao processo de programação.

O sistema britânico se desenvolveu a partir dos estudos dos problemas envolvidos nas reformas das usinas geradoras pela Seção de Pesquisa Operacional do Conselho de Geração de Eletricidade Central. Em 1957, eles desenvolveram uma técnica que consistia essencialmente em identificar a “mais longa sequência irredutível de eventos”, posteriormente encurtado para a “sequência principal” e corresponde ao que nos dias de hoje chamamos de “caminho crítico”. As aplicações experimentais dessa metodologia, no período de 1958-60, resultaram em reduções de 32 a 42% na duração do projeto.

Enquanto este estudo estava sendo conduzido na Grã-Bretanha, dois desenvolvimentos correspondentes estavam ocorrendo nos EUA. Eles eram chamados de PERT e CPM.

O desenvolvimento do PERT começou quando a Marinha se deparou com o desafio de produzir o sistema de mísseis Polaris em tempo recorde em 1958. Vários estudos indicavam que os resultados finais apresentados nos projetos conduzidos durante a década de 50 não eram satisfatórios. Estudos dos principais contratos do setor militar indicavam que os custos reais eram, em média, duas ou três vezes o custo estimado inicial, e a duração do projeto em média 40 a 50% maior do que as estimativas iniciais. Estudos semelhantes de projetos comerciais indicaram que o custo médio e o tempo excedido foram de 70 e 40 por cento, respectivamente. O motivo mais importante para essa falha era a falta de técnicas de planejamento e controle adequados a projetos grandes e complexos.

Era necessário um sistema integrado de planejamento e controle para o programa Polaris e para enfrentar esse desafio, foi montada uma equipe de pesquisa composta por representantes da Lockheed Corporation, do Navy Special Projects Office e da consultoria Booz, Allen e Hamilton.

Foi então desenvolvido o sistema PERT. Como o tempo era essencial no programa Polaris, a equipe de pesquisa se concentrou no planejamento e no controle como principais elementos do sistema PERT.

O CPM (Critical Path Method) surgiu de um esforço conjunto conduzido no período de dezembro de 1956 a fevereiro de 1959 pela duPont Company e Remigton Rand Univac. O objetivo da equipe de pesquisa da CPM era determinar a melhor forma de reduzir as

obstruções na realização dos trabalhos de construção, revisão e manutenção de rotina de modo tornar possível serem realizados em prazos mais arrojados. O CPM está diretamente ligado no planejamento do tempo, com o objetivo de minimizar a duração total do projeto.

Considerar projetos como redes permite que as equipes de projeto identifiquem e organizem os dados necessários, assim como os inter-relacionamentos entre as atividades.


Referência:

Joseph J. Moder, Cecil R. Phillips, Edward W. Davis (1983) - Project Management with CPM, PERT and Precedence Diagramming

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